Quando a pandemia chegou no Piauí, o prefeito de Teresina, Firmino Filho, tomou medidas rápidas para combater o problema: acionou as agências de publicidade para criar peças de propaganda assustadoras, incitou o pânico e estimulou a histeria descontrolada. Além disso, o prefeito anunciou, com entusiasmo, a construção de hospitais de campanhas para os “supostos possíveis prováveis” dezenas de milhares de mortes que teríamos. Hoje, quatro meses depois, os hospitais de campanha não funcionam, as pessoas não respeitam mais as orientações das autoridades e o comércio quebrou por conta das decisões autoritárias.
Chegamos em julho com mais de 13 mil contaminados e mais de 670 mortes, em Teresina e mais de 40 mil casos e 1140 mortes, no Piauí. O grande plano era o seguinte: havendo poucas contaminações e mortes, a responsabilidade seria dos políticos que tomaram as decisões corretas e salvaram milhares de vidas. Caso houvesse muitas mortes, a culpa foi da população que não respeitou as orientações das autoridades iluminadas.
A realidade, no entanto, é diferente – nós todos fomos enganados. Não houve preparação do sistema de saúde, como haviam dito. Apesar da seriedade da doença, não havia necessidade de fechar todo o comércio e quebrar a economia. As medidas de higiene só foram feitas nas aparências, empresas grandes e poderosas como as de telemarketing continuaram funcionando normalmente em ambientes fechados onde há alto risco de contaminação.
“A organização foi extremamente falha, falta EPIs, testagem e tratamentos, inclusive o profilático. Além disso, os hospitais de Campanha são desnecessários”, afirmou a Dra Lúcia Santos, diretora do Sindicato dos Médicos do Piauí.
Gastos com publicidade alcançaram a cifra de R$ 11 milhões na capital piauiense – mesmo diante da grave crise econômica que assola Teresina.
Além dos mortos e contaminados, também chegamos no mês de julho com uma economia devastada por culpa do prefeito e do governador do Estado. Ao invés da informação, eles escolheram o pânico; ao invés do apoio para empresas e empregados, eles escolheram o fechamento autoritário das empresas.
Um dos maiores sinais da falta de organização e desperdício de dinheiro foram os hospitais de campanha que, até o momento, não estão em funcionamento na cidade.
Lockdown e a responsabilidade de Firmino nas aglomerações
Há cerca de 3 semanas, o prefeito Firmino Filho começou a realizar medidas ainda mais restritivas nos fins de semana, com a aplicação do lockdown (fechamento de todo o comércio nos fins de semana, com exceção de farmácias e hospitais). Porém, sem avisar com antecedência, o que ocorreu foi um aumento nas aglomerações, principalmente nos comércios e supermercados – já que as pessoas souberam em cima da hora que, no dia seguinte, tudo estaria fechado e precisaram comprar mantimentos.
O desastre acabou gerando um aumento no número de óbitos logo após o lockdown.
Eles fracassaram – e vão tentar colocar a culpa em você, que perdeu o emprego, a saúde física e mental e ainda vai ter que suportar um futuro incerto.
Teresina: uma das capitais com piores índices por milhão de habitantes em todo o Brasil
Se compararmos as mortes por milhão de habitantes de Teresina com de outras cidades os números são devastadores. Enquanto Campo Grande (MS), uma cidade que possui uma densidade demográfica semelhante a nossa, teve 106 mortes por milhão/habitantes, Teresina está com 760 por milhão de habitante. Confira o gráfico ao lado.
Até mesmo se compararmos com um país como a Itália – que era considerado o país que mais estava sofrendo com o surto de COVID-10 no início da pandemia – os índices são péssimos. Enquanto a Itália possui uma população de 60 milhões de habitantes, 582,2 mortes por milhão/habitantes. Enquanto que Teresina, como informamos acima, está na casa dos 760.
O estado de São Paulo, o mais populoso do Brasil, também ganha de Teresina. Com uma população de 40 milhões de habitantes, eles contam, até o momento dessa matéria, com 490,5 mortes por milhão/habitante.
Querem culpar a população pelo fracasso – e vão se vangloriar pelos supostos sobreviventes
Como podemos ver, os números relativos de Teresina e do Piauí mostram como foram péssimas as ações da Prefeitura Municipal de Teresina e os seus resultados foram desastrados.
Mas eles não estão preocupados: como dito no início do texto, o plano contava com essa alternativa. Com os números desastrosos, resta culpar a população por não ter seguido as medidas determinadas por Firmino Filho.
Firmino não se preocupa com a economia – ele diz que não vê as pessoas como números. Os números, no entanto, não mentem. E eles provam o fracasso do prefeito no combate a essa doença. As consequências, por outro lado, não serão pagas por ele e sim pela população, que carregará por anos uma cidade falida, sem empregos e destruída por um prefeito incompetente.
Todos os dados dessa matéria foram tirados do site: http://bigdata-covid19.icict.fiocruz.br/
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